Parece simples, mas não é.
As palavras que usamos com as crianças não desaparecem no ar. Elas se alojam, se instalam e, com o tempo, se transformam na forma como elas passam a enxergar a si mesmas.
Cada vez que dizemos:
“Você é tão esperta!”,
“Estou orgulhosa de você!”,
“Você consegue, tente mais uma vez!”
…estamos colocando tijolinhos de confiança, coragem e amor-próprio dentro delas.
Mas o contrário também é verdade.
Cada “você só faz bagunça”,
cada “deixa que eu faço, você não sabe”,
cada “assim não dá!”
vai minando sua autoestima como uma chuva silenciosa.
Criança acredita no que ouve.
E mais do que isso: ela transforma o que ouve em verdade sobre si mesma.
Quando uma criança é chamada de “chata” repetidamente, ela não entende que foi num momento de impaciência.
Ela acredita que é mesmo chata.
Quando uma criança escuta que “não faz nada certo”, ela não vê um erro isolado.
Ela começa a duvidar da própria capacidade.
Por isso, o modo como falamos com uma criança se transforma na narrativa interna que ela levará para a vida.
Se ela ouve palavras de carinho, incentivo, respeito e admiração, aprenderá a falar com ela mesma da mesma forma.
E essa voz interna será o que vai guiá-la nos momentos difíceis.
Vai ajudá-la a persistir diante do erro, a ter paciência consigo mesma, a se levantar após um tombo e a se lembrar:
“Eu sou capaz.”
Palavras constroem mundos interiores.
Use as suas com sabedoria, com ternura e com presença.
Porque no fim do dia, a voz mais poderosa que uma criança ouve… é a sua.
E que ela seja doce, firme, amorosa e cheia de fé no ser incrível que ela é.